Vou hoje aqui transcrever um poema de um dos poetas que eu mais admiro na língua portuguesa.
Conhecido no meio literário como António Gedeão e conhecido no meio das publicações de manuais escolares como Rómulo de Carvalho.
Ainda tive o previlégio de ter tido uma aula de liceu com ele à muitos muitos anos.
Espero que gostem tanto como eu
"Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
Que eu vejo no mundo escolhos
Onde outros com outros olhos,
Não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores
Uns outros descobrem cores
Do mais formoso matiz.
Nas ruas ou nas estradas
Onde passa tanta gente,
Uns vêem pedras pisadas,
Mas outros, gnomos e fadas
Num halo resplandecente.
Inútil seguir vizinhos,
Querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.
( António Gedeão, in Impressão digital)
5 comentários:
Já não me lembrava deste poema.
Fabuloso mesmo
Perspectivas...Ele também foi à minha escola,mas eu era pequechinha,não o conhecia!
É mais que lindo...O poema*
@ Utena
Entre outras coisas este espaço serve para despertar boas memórias.
Beijo
@ Rosinha
És mesmo da minha geração.
E o poema é tão lindo como tu.
Beijos
Mega tu és mais velho...Ai*
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