segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A Pintura da Pintora (1)

Sílvia é uma pintora, pintora de coração pois ainda não o consegue ser a tempo inteiro porque o mercado assim não o permite.

O viver da pintura é o maior desejo da Sílvia para se dedicar completamente ao que gosta e lhe dá um enorme prazer.

O estúdio da Sílvia já foi feito a pensar no futuro, é no sótão da sua casa um espaço amplo com cerca de 36 metros quadrados, um pavimento em madeira de tábua corrida, bem iluminado por amplas janelas bem colocadas na cobertura que permitem que bata sempre o sol no seu movimento diário.

A nossa Sílvia tem um trabalho para que começar que lhe foi encomendado, está entusiasmada pois é uma tela grande, com 2 por 3 metros, com esse espaço vai poder dar asas á sua criatividade sem limitações de espaço.

É de manhã, Sílvia chega ao estúdio preparada para começar, trás vestido o seu fato-macaco branco, imagem de marca e acessório fundamental para trabalhar, vem com o cabelo apanhado e um brilho no olhar.

Sílvia olha para a tela pensando por onde irá começar, tem um ar pensativo, vê a tela de perto, afasta-se, muda a posição da tela por causa da luz, volta a coloca-la no mesmo local, até que pára.

Pega num pincel largo e faz uns traços na tela, a Sílvia, pára e olha para eles. De repente passa um dedo na tinta e passa a mão na tela. Afasta-se vê o efeito e sorri, passa pela mente da Sílvia uma ideia, e se a tela fosse pintada directamente pelo corpo? Numa amalgama de formas e cores?

Se melhor o pensa Sílvia melhor o faz, de um modo que se pode quase considerar como sensual Sílvia descalça-se e começa a tirar o fato-macaco, desapertando primeiro os botões, um a um, desnuda a seguir os ombros deixando á mostra uma lingerie vermelha, enquanto o fato vai descendo vão ficando á mostra as formas curvilíneas realçadas pela cor e forma da lingerie.

Se alguém estivesse a ver poderia imaginar que se tratava de um baile sensual a forma como as roupas iam sendo tiradas conjugado com a forma perfeita dos seios e do resto do corpo. Sílvia já está só de lingerie, começando a tirar o soutien, no momento em que o tira os seios libertos saltam pujantes para a frente sentindo a sua liberdade, em movimentos suaves acaba de se despir ficando um pouco parada a desfrutar desta liberdade de estar sem roupas.

As tintas são então espalhadas no chão numa mistura de cores, e a essa panóplia de cores junta-se o aroma dos óleos conjugado com o cheiro da madeira do chão, para um nariz mais apurado poder-se-ia eventualmente sentir o odor da própria Sílvia.

Sílvia esfrega-se nas tintas em movimentos que poderão ser considerados como sensuais, primeiro de costas, de lado, de bruços e começa a acariciar a tela com o seu corpo, as tintas deixam imagens na tela sentindo-se que a temperatura do corpo de Sílvia é a temperatura ideal para fazer sobressair a cor dos óleos na tela.

Interrompendo este momento de criação e deleite a campainha toca estridentemente.

Sílvia faz uma expressão de desilusão, de enfado mesmo, pára e olhando em redor envolve-se num pano de seda para cobrir o seu corpo e ao mesmo tempo impedir que as tintas sequem no seu corpo.

Aborrecida e ao mesmo tempo determinada dirige-se á porta. Antes de abrir espreita e vê que é uma vizinha do fim da rua, Uma velha a que se poderá mesmo chamar chata que é dona de um gato meio vadio.

Logo que Sílvia abre a porta a D. Efigénia quer de imediato entrar, será correcto fazer aqui um pequeno parêntesis para explicar uma tara da D. Efigénia, que é a fixação que ela tem relativamente ao pelo do seu gato vir a ser usado para o fabrico de pincéis.

- O meu gato onde está? Diz D. Efigénia quase a gritar.
- Tenho a certeza que está aqui você de certeza que o raptou para fazer com ele sabe Deus o quê.

E sempre falando e entrando, D, Efigénia olhava para todo o lado com a cabeça a pensar sem parar, pensava ela esta mulher deve estar possuída pelo Demo no mínimo, quase nua com o corpo cheio de tinta ainda terei que falar com o padre Francisco acerca dela.

Sílvia apenas responde:
- Não tenho cá o seu gato D. Efigénia mas veja tudo à sua vontade apenas agradeço que seja rápida pois tenho trabalho para fazer e não posso estar aqui consigo.

Quase a corre D. Efigénia dá a volta á casa dando a ideia que estará ao mesmo tempo a fazer uma reza qualquer.

Quando D. Efigénia sai Sílvia fecha a porta quase com violência e tirando o manto de seda do corpo volta ao estúdio.

11 comentários:

Mega disse...

Este texto foi começado á uns meses.
Agradeço sugestões para o desenvolvimento da história.
Obrigado

Paula disse...

O texto é fascinante... envolvente mesmo... porque não usar o gato para enriquecer a pintura... ele próprio tal como Silvia o "pincel" da arte?

M. disse...

Estás perante um dilema: desenvolves a Sílva ou devolves o gato...

Jocking.

O texto vai bem. Não peças dicas. Acho que nunca resulta. Se não lhe vês caminho, faz uma pausa. Espera. Esquece-o. E volta a ela mais tarde. Ele chamará por ti.

Mega disse...

@ Utena

Pincel, gato era capaz de ser interessante, uma dica para o meu brain storming.
Beijo a pensar

Mega disse...

@ M

O dilema é bem maior que esse, tenho diversos caminhos possíveis pois o original não gostei.

As dicas que peço não serão para seguir á risca mas apenas para baralhar ainda mais as ideias que tenho no melting pot mental e depois sair algo interessante e de certeza diferente de tudo o que possa ser sugestão.

Beijo com gato

Gi disse...

Mega estás a ficar incompleto,então agora queres sugestões para acabar o texto...É assim,começas e não acabas!
Estás a baldar-te...

Gi disse...

Melting pot mental...Mega estou impressionada contigo,sério!
Vamos ver montras?

Mega disse...

Nada de baldar, apenas quero ver algumas ideias para por no dito melting pot depois se verá o que sai...
E tu queres ir ver montras comigo?
E quem é que vai frottar? És tu ou sou eu?
Beijos curiosos

Gi disse...

Frotta quem quiser...Afinal estamos num país livre...Se estivesse em Lisboa juro que ia ver montras contigo,sem problema nenhum!
Bjuuuuuuuuuuu*

Gi disse...

Gosto do nome Sílvia!

Mega disse...

Temos que ir ver montras a meio caminho para não nos deslocarmos muitos tu e eu e era capaz de ser bem interessante frottar ti...

beijos a gargalhar